O barqueiro que conduz calmamente o pequeno Star Ferry no canal da baía Victoria, admira a interminável orla da ilha de Hong Kong com seus arranha-céus iluminados com neons de marcas globais. Para trás, na curta viagem de dez minutos, ele deixa a fervilhante Kowloon, que também cresce num passo alucinante. Entre prédios hi-tech como o HSBC de Norman Foster e o Bank of China de Ieoh Ming Pei (da pirâmide do Louvre) – frequentados por executivos internacionais em ternos e tailleurs bem cortados, encontra-se um mundo paralelo, com becos e ruelas habitados pelos descendentes dos antigos pescadores da região. Do restaurante francês estrelado ao mais tradicional siu mei cantonês é um pulo (literalmente), com idiomas, cargueiros e culturas de todo o mundo se cruzando neste que é um dos portos e centros financeiros mais movimentados do planeta. Duas das maiores exportações da cidade certamente foram os atores e mestres das artes marciais Jack Chan e Bruce Lee, o que diz muito sobre a paixão local pelo cinema.
Joia da coroa britânica até 1997, quando retornou à administração chinesa com o status de região administrativa independente (possui alfândega, sistema político, moeda e imigração próprios, por exemplo), este é um encontro entre o ocidente e o oriente em mais de um sentido. O barato aqui é andar meio sem destino, observando a colorida vida local, singular e atraente.