Bangcoc é um daqueles lugares do mundo onde tudo pode acontecer. Tudo, menos ser acometido pelo tédio e a indiferença. A capital da Tailândia é uma megalópole onde 6 milhões de pessoas (10 milhões na grande Bangcoc) convivem diariamente com a religião e o paganismo, as tradições ancestrais e a modernidade, a beleza e o caos. Enxergar o ponto de equilíbrio é impossível para um marinheiro de primeira viagem. E nisso reside o seu maior poder de sedução. Não à toa a capital tailandesa está em romances de John le Carré, Gore Vidal e Norman Mailer. Parte de toda essa mítica se deve aos seus templos suntuosos, claro. Mas isso não é tudo. Desvendar Bangcoc é uma eterna aventura, estímulo puro. Orientar-se na cidade – os endereços em tailandês podem ser “ocidentalizados” em nossos mapas de ‘n’ formas diferentes – pode ser uma odisséia. Atravessar a rua, também. Mas o esforço para chegar em determinado lugar sempre será recompensado pela beleza ostensiva de seus templos e a delicadeza dos tailandeses, que não perdem a ternura jamais.O complexo de templos reunidos na área de Rattanakosin está para o budismo tailandês assim como o Vaticano está para os católicos. Lá estão os magníficos templos Vat Arun, Vat Pho – onde você poderá fazer uma das mais relaxantes (ou talvez doloridas) massagens de sua vida, e Vat Phra Kheo, no mesmo quarteirão onde está o antigo Palácio Real. Perto dali você poderá ver um respeitável, mas não menos violento embate de boxe tailandês, o muay thai. Numa terra de superlativos, também há o maior mercado do mundo, o Chatuchak, com mais de 9 mil estandes (impossível saber ao certo). Há, também, um forte candidato a bairro mais agitado do planeta: Chinatown, onde uma multidão de pedestres disputa cada milímetro com barraquinhas de comida e de todo o tipo de badulaque.Dar uma volta de tuk tuk (o lendário táxi de três rodas) entre os lugares mais emblemáticos da capital é um clichê necessário. Mas o jeito mais prazeroso de se locomover é usando os barcos que navegam pelo rio Chao Phraya, a grande artéria que corta a cidade, tendo às suas margens os templos mais importantes e alguns dos hotéis de luxo. Ali, longe da opressão do trânsito enlouquecedor e da poluição, a cidade recobra o fôlego – algo que, cedo ou tarde, você há de precisar.